domingo, 24 de agosto de 2008

Fotografia, photoshop, arte ou engano

A verdade é que eu sempre tive uma certa aversão às novas tecnologias, talvez por preconceito ou medo. Admito que quando eu descubro uma nova (às vezes velha, porém nova pra mim) tecnologia e começo a destrinchá-la, aí eu me deleito! Mas também é aí que entram meus receios. É essa banalização, onde todo mundo é capaz, ou aparentemente capaz de criar arte, a arte perde o seu sentido, parece que as inovações tecnológicas diminuem cada vez mais a importância do sentimento, do esforço, do processo criativo. Eu mesma, que nada sei de photoshop, se sentar diante dele com uma imagem faço uma "qualquer coisa" e posso chamar de arte? pode ser que fique até bonito, mas e o fundamento, o processo, o sentimento? passo por cima de tudo isso para criar algo que tenha simplesmente estética.
Outra coisa que me deixa receosa são as fotografias digitais, com elas se registra qualquer momento, que se torna descartével a qualquer momento também, já vi muitas vezes pessoas que preferem fotografar e apagar até encontrar a imagem perfeita de determinada ocasião do que simplesmente curti-la. Não vou negar que eu também me rendo as tentações das fotografias digitais, mas o problema é que elas são usadas em demasia, parece que as pessoas se esqueceram que se pode registrar também com a mente, com o coração, e esse registro, acredito que seja muito mais válido que qualquer outro vindo de meios exteriores a nós mesmos. É um registro que não se apaga, que não se maqueia. Claro que em um mundo onde a estética predomina em todas ou quase todas as áreas sejam comerciais ou não, um mundo em que beleza tem mais valor que funcionalidade é importante maquiar, é importante retocar, mas até que ponto esses retoques são importantes? não sei, mas desconfio que esse ponto já foi ultrapassado há muito tempo.

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